sábado, 14 de abril de 2012

16.03.12
TCC

A crise da mudança dos currículos
É importante ponderar se mudanças são SEMPRE convenientes, uma ideia prevalente na maioria das sociedades, especialmente na ocidental.
Talvez tenhamos que conhecer com profundidade as circunstâncias históricas das forças de mudança, antes de considerá-las benéficas.
O autor (???) propõe um modelo de “ondas de mudança”, em que um período mais democrático é seguido por outro caracterizado como autocrático e assim sucessivamente.
Um estudo muito interessante de 1986, 1987 e 1988 sobre a Escola Kensington-UK, os autores predisseram que o modelo progressista desta escola, de plano aberto e ensino por equipe, com um processo decisório democrático e alunos organizados em divisões e não por séries, recuaria ao mesmo nível das outras escolas do distrito, e que isto se daria por pressão da comunidade.
Para que uma mudança se solidifique é preciso que esta se faça em três níveis históricos: no longo prazo, no médio prazo e no curto prazo. Quando estes três tempos coincidem, este parece ser o melhor momento para a mudança. Atualmente parecemos estar numa destas confluências. A última década viu os mercados econômicos globalizados eficientes andaram ao lado de uma crescente desigualdade social.
Se por um lado a excelência na formação dos alunos se torna meta perseguida com afinco, e para isto se buscam resultados cada vez melhores, “sobra” também uma quantidade cada vez maior de indivíduos insatisfeitos que não alcançam as metas propostas, e que se voltam para a violência social como reação.

Revisitando a teoria de mudança curricular
As questões relacionadas ao ensino estão intimamente ligadas com as transformações econômicas e sociais que ocorrem nos diversos países em função da globalização. Profissões desaparecem e outras, mais necessárias, emergem. A mudança súbita de local do capital desestrutura as ações pela igualdade social, por exemplo.
Assim, os agentes de mudança perdem o passado de busca por justiça social e ficam afastados das visões de futuro alternativas.



Reestruturando o ensino: como o papel dos agentes de mudança é redefinido
O ensino é sujeito a movimentos sucessivos de reestruturação (se e como estes movimentos chegam às salas de aula é outra questão).
No final do séc. XIX surgiram sistemas educacionais nacionais em muitos países. Assim, um movimento mundial estabeleceu uma lista uniforme de disciplinas básicas (a tentativa era a de uma educação igualitária para as massas). Entretanto, o que se viu foi o nascimento de um currículo centrado em disciplinas.
As disciplinas parecem ser a matriz da divisão e da fragmentação do conhecimento na sociedade, e uma forma bastante eficaz de colocar os debates sobre ensino longe da escuta dos demais interessados. As questões de poder na definição do currículo, então, se tornam mais agudas. Além disso (ou como consequência disso, emudecem as tentativas de construção de modelos alternativos.
Nos anos entre 1960 e 1970, nos EUA, nasce um movimento de inclusão dos excluídos até então. Para isto novos currículos são criados, e ações interdisciplinares se apresentam. Logo em seguida, entretanto, nova onda de mudança se apresenta, conhecida como “volta ao básico” (ensino apenas das disciplinas tradicionais), e se segue pela individualização das escolas, com o confinamento dos debates a escolas isoladas, sem nenhuma articulação entre elas.
No momento, vê-se uma crise no interior do mercado de trabalho; assim, se discute o tipo de “conhecimento” que é necessário oferecer às pessoas, para que elas mantenham os seus empregos.
Em mercados globalizados, parece não ser prudente investir em setores que vivem dos baixos salários, e sim em atividades econômicas baseadas em manufatura e serviços de alto valor agregado. A educação sofisticada dos trabalhadores, então, torna-se crucial neste novo cenário. Os salários então serão associados ao conhecimento que o indivíduo utiliza no seu trabalho, e não mais ao poder que têm ou pelo número de empregados que comandam.
Entretanto, percebe-se que este conhecimento associado ao trabalho tem se resumido a competências técnicas restritas e primitivas.
Assim, os professores estão sendo valorizados pela capacidade de transmissão de técnicas, uma “atividade prática” distorcida.
Outro ponto: as discussões e as melhorias se restringem a cada escola, individualmente, e o resultado é uma desigualdade injusta no crescimento delas.
O que é preciso é um modelo que promova o crescimento de todas as escolas, todos os setores, todas as pessoas igualmente.



Questão interessante:
*      no ensino médico tradicional, as disciplinas são ensinadas de forma estanque, divididas em “básicas” e “aplicadas”, sem quase nenhuma relação entre elas.
*      um modelo denominado PBL (Aprendizado Baseado em Problemas) aponta como reação ao conhecimento setorizado e estanque.
*      poucos resultados são disponíveis, ainda. Vale a pena observar a trajetória deste modelo.

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